Maré antes da Maré
A região hoje conhecida como Maré era um remoto recanto da Baía de Guanabara, formado por praias, ilhas e manguezais, um lugar de paisagem exuberante. [...] A presença dos povos indígenas foi marcante e pode ser constatada nos muitos nomes da geografia local que têm sua origem na cultura e na língua tupi-guarani, tais como: Inhaúma (y;nhã;hú;m;a, ave preta), Timbau (t´pau, entre águas) e Pinheiro (pi-iêre, derramado).
Antônio Carlos Pinto Vieira, A Maré em 12 Tempos. p.15
A ocupação
No período colonial a região fazia parte do chamado Engenho da Pedra, uma sesmaria concedida a Antônio da Costa, que deu origem às fazendas de Bonsucesso e Engenho da Pedra. Essas fazendas, na segunda metade do século XIX e início do século XX, foram loteadas e transformadas em bairros. Com o passar do tempo, a região situada na orla e nos manguezais foi aterrada e ocupada por palafitas.
A ocupação efetiva da parte mais antiga da Maré data de 1946, ano da inauguração da Avenida Brasil e da implementação do novo eixo industrial da Zona Norte. A avenida materializa, então, a política de desconcentração produtiva e populacional da cidade do Rio de Janeiro.
O núcleo original da Maré era formado por seis comunidades contíguas, mas também com características sociais, econômicas, geográficas e históricas distintas: Morro do Timbau, Parque União, Baixa do Sapateiro, Rubens Vaz, Nova Holanda e Parque Maré. As comunidades Vila dos Pinheiros, Vila do João, Conjunto Pinheiros e Conjunto Esperança foram criadas no início da década de 1980, a partir do chamado Projeto-Rio, sendo ocupadas, em sua maioria, por moradores das comunidades existentes à época, principalmente aqueles que foram removidos das áreas de palafitas.
Fontes: Livro “A Maré em 12 Tempos”
O bairro Maré
Os Conjuntos Bento Ribeiro Dantas e Nova Maré foram criados a partir da intervenção do poder público, na década de 1990, o primeiro foi criado para receber moradores das áreas de risco da cidade e segundo, os moradores removidos das palafitas do Parque Roquette-Pinto. As comunidades de Marcílio Dias, Praia de Ramos e Roquette-Pinto, apesar de antigas, são, no plano geográfico, mais distantes e separadas por vias e áreas militares. Tais comunidades passaram a ser consideradas integrantes da Maré a partir da Lei nº 2119, de 19 de janeiro de 1994, que criou o bairro da Maré, a partir do territória de abrangência da XXX Região Administrativa da cidade.
Elaboração: Luiz Lourenço
A Maré hoje
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População estimada de 140 mil habitantes
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Um dos bairros com maior densidade demográfica do município do Rio de Janeiro.
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Situada entre as importantes vias expressas que cortam a cidade do Rio de Janeiro Avenida Brasil, Linha Amarela, Linha vermelha que marcam a Maré.
Fontes: Livro “A Maré em 12 Tempos”